A peregrinação anual ao Santuário Diocesano do Guiúa, dedicado a Maria, Rainha dos Mártires teve este ano um sabor especial
tratava-se da celebração do XXVº Aniversário do massacre dos catequistas e abertura do Processo de Beatificação e Canonização dos catequistas Mártires de Guiúa.
Como já é habitual, o Centro do Guiúa acolheu os peregrinos de toda a diocese de Inhambane. Depois do almoço, realizou-se a Via Sacra no local do martírio dos catequistas e seus familiares assassinados em 22 de Março de 1992..
Foi um momento intenso de oração e também de invocação dos mártires, exemplos de coragem por terem abraçado um caminho de paz em tempo de guerra.
Depois houve a romagem ao cemitério onde estão sepultados e a procissão com a imagem de Maria, Rainha dos Mártires até à Igreja Paroquial do Guiúa, onde se realizou a sessão de abertura do Processo de Beatificação e Canonização dos Catequistas Mártires do Guiúa.
Na presença do Bispo de Inhambane, Dom Adriano Langa, e dos membros da Comissão Diocesana de Inquérito para a Causa dos Mártires, o Padre Diamantino Antunes, Postulador da Causa, acompanhado pelo Vice-Postulador, P. Sandro Faedi, pediu que se desse início ao Processo informativo sobre o martírio e fama de martírio da Serva de Deus Luisa Mafo e Companheiros, catequistas mártires de Guiúa.
Acolhido o pedido da Postulação pelo Bispo de Inhambane, procedeu-se à leitura da Carta da Congregação da Causa dos Santos de 22 de Outubro de 2016 em que se declara que da parte da Santa Sé não existe nenhum obstáculo para a introdução da Causa, e o decreto do Bispo de Inhambane, com o qual se introduziu a Causa, e se ordena o início do Inquérito e se constitui o Tribunal. Terminada a leitura, o Bispo confirmou a nomeação de todos os membros do Tribunal da Causa: o Juiz Delegado (Padre Guilherme Gonçalves Costa), o Promotor de Justiça (Padre Jeremias Moisés) e os Notários (Padres Amaral Bernardo e Gemo Matsovele). Imediatamente todos prestaram o juramento, declarando estar dispostos a realizar as suas tarefas com fidelidade e rigor.
Em seguida, o Postulador da Causa entregou o elenco das testemunhas que se dispõem a dar o seu testemunho sobre a vida e martírio dos catequistas. São 250 testemunhas, entre familiares, conhecidos e sobreviventes do massacre, que irão ser interrogados nos próximos meses em diferentes sessões pelo Tribunal Diocesano da Causa. Sendo esta uma Causa de Martírio deverá ser averiguado se os catequistas foram mortos por ódio à fé cristã ou a alguma das virtudes ligadas à Fé.
Em seguida, os peregrinos por turnos fizeram durante toda a noite uma vigília de oração e adoração ao Santíssimo Sacramento.
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No Domingo, dia 26 de Março, milhares de peregrinos participaram na Missa Solene celebrada no Santuário Diocesano de Maria, Rainha dos Mártires, situado junto do cemitério onde repousam os catequistas mártires do Guiúa. A Eucaristia foi presidida pelo Núncio Apostólico em Moçambique, Dom Edgar Pena, e concelebrada pelo Bispo de Inhambane e por muitos sacerdotes. Na sua homília, o representante da Santa Sé em Moçambique destacou o testemunho cristão dos catequistas mártires de Guiúa e a importância histórica da abertura do seu processo de Beatificação e canonização.
Assim se cumpriu mais uma peregrinação diocesana ao Santuário da Diocese, dedicado a Maria Rainha dos Mártires. Com os olhos postos no testemunho dos catequistas assassinados em 1992, hoje, 25 anos volvidos, o centro catequético do Guiúa prossegue o seu trabalho de formação de ministros leigos e catequistas e dá-se início ao processo de beatificação dos Mártires.
P. Diamantino Antunes - Postulador