Quem são os catequistas mártires do Guiúa?

São 23 moçambicanos, homens, mulheres e crianças, que foram mortos quando se encontravam no Centro Catequético do Guiúa, na Diocese de Inhambane, para participarem num curso de formação de longa duração para famílias de catequistas.

Foi no dia 22 de Março de 1992 que foram mortos. Decorriam os últimos meses de uma guerra fratricida que devastava Moçambique. Esboçavam-se os primeiros sinais da vontade de reconciliação nacional. O país tentava emergir de um longo período de conflito, de trevas e provações. Confiante de que as conversações em curso em Roma para alcançar a paz iriam pôr fim à guerra, a diocese de Inhambane decidiu reabrir o Centro Catequético do Guiúa para a formação de famílias de catequistas.

O caminho dos catequistas Mártires do Guiúa para chegar à glória dos céus

A diocese de Inhambane inicia o processo de canonização dos Catequistas Mártires do Guiúa. O Papa poderá um dia reconhecer publicamente o martírio e a santidade dos 24 catequistas e seus familiares mortos por causa da Fé em 22 de Março de 1992 no Centro Catequético de Guiúa.

Para levar para a frente o processo é necessário um postulador cuja função é coordenar e animar o processo que leva ao reconhecimento da santidade dos candidatos a santos. Existe também um vice-postulador e uma comissão de inquérito que ficará encarregada de proceder ao interrogatório das testemunhas e transcrever o que for dito.

 

Alguns Dados:

25 de Março de 2017: Abertura oficial do Processo da Causa de Canonização de Luisa Mafu e Companheiros, Mártires de Guiúa.

Postulador: P. Diamantino Antunes, IMC

Vice-postulador: P. Sandro Faedi

 

Comissão de Inquérito:

P. Guilherme Costa, P. Jeremias Moisés, Frei Amaral Bernardo e P. Anastancio Gemo

 

 Email: (a anunciar em breve)

A HISTÓRIA DO MARTÍRIO

Funeral dos MártiresFoi no dia 22 de Março de 1992 que foram mortos. Decorriam os últimos meses de uma guerra fratricida que devastava Moçambique.

Esboçavam-se os primeiros sinais da vontade de reconciliação nacional.O país tentava emergir de um longo período de conflito, de trevas e provações.

Confiante de que as conversações em curso em Roma para alcançar a paz iriam pôr fim à guerra, a diocese de Inhambane decidiu reabrir o Centro Catequético do Guiúa para a formação de famílias de catequistas.

Três dezenas de pessoas escolhidas em diferentes missões acabavam de chegar, quando na madrugada de 22 de Março de 1992 um grupo de homens armados atacou o Centro Catequético e raptou a maior parte das famílias. Em marcha, carregando os bens saqueados pelos atacantes, foram conduzidos à força para a base de onde vinham os invasores. Pelo caminho, um grupo de 23 catequistas e familiares foram brutalmente chacinados à baioneta. Testemunharam a sua fé com o sangue. Os seus corpos foram transportados e sepultados no Centro Catequético, no local onde está actualmente o Santuário diocesano de Inhambane.


A morte destes homens e mulheres dá-se no preciso dia em que iniciavam um caminho de fé comprometida. É assim que serão lembrados para sempre. O cemitério onde estão sepultados é um lugar de romagem de centenas de cristãos ao longo do ano.


Os católicos têm grande veneração por estes seus irmãos e os consideram “mártires”. Ainda não são reconhecidos pela Igreja como santos nem como beatos. A Diocese de Inhambane está a organizar-se para alcançar este objectivo.


A Paróquia

A paróquia de Santa Isabel do Guiúa insere-se numa área com cerca de 15 mil habitantes, que vive essencialmente da agricultura de subsistência e da pesca. Parte do território fica no município de Inhambane (aldeias de Guiúa e Macharre) e a outra parte no território do distrito de Jangamo (aldeias de Nyapapa, Nhaduga, Malaissa, Gilamba, Maunza, Ngala, Ngumula e Macovola). O Guiúa é também o centro escolar e sanitário de 12 aldeias, situadas num raio de 20 kms.

cat_icons
foto_catequistas
A formação de catequistas é de importância vital para a Igreja em Moçambique para que sejam formadores das comunidades, não somente pela catequese dada, mas sobretudo pelo testemunho de vida transmitido. O Centro Catequético do Guiúa é um lugar de formação por excelência. O Centro formou até agora centenas de famílias de catequistas das dioceses de Inhambane, Xai-Xai, Maputo, Beira, Tete e Lichinga, os quais são pilares nas suas paróquias e dioceses.
Cada novo ano formativo um grupo de 13 famílias de catequistas, seleccionados pelas paróquias, inicia um caminho de vida bastante interpelante a todos os níveis. A formação dura um ano, de Fevereiro até Novembro. Estudando, partilhando, plantando, trabalhando, vivendo em comunidade todos os membros da família se formam.

A formação básica divide-se em três pontos fundamentais:
família, trabalho e formação humana e catequética. A jornada começa às 6.00, com a Missa ou oração da manhã e termina com as orações da noite, em família. O dia é dividido em aulas de formação em catequese, liturgia e Bíblia, aulas de alfabetização, prática da agricultura, economia doméstica e corte e costura, informática, culinária. A equipa responsável pelo Centro dá uma formação completa para a vida e para que depois, os catequistas, a possam transmitir quando regressarem às nossas terras.
Além da formação teórica, no fim de semana, os catequistas com as suas esposas fazem prática pastoral. Cada família colabora pastoralmente numa das 12 comunidades cristãs da paróquia do Guiúa. Além da ajuda na catequese e na organização da comunidade, estão integrados nas diferentes comissões paroquiais e colaboram na formação dos ministérios nas comunidades onde estamos destacados. Para maior experiência profissional e auto-sustento, tem formação agrícola, e cada família tem uma horta onde produz legumes para consumo e venda no mercado. Têm também aulas de informática. Uma novidade a que não estavam habituados e que abre as suas mentes às novas tecnologias. Conhecimentos que lhes serão úteis no trabalho pastoral nas suas paróquias.
O objectivo do Centro é, portanto, a formação integral das pessoas, baseada na família, no trabalho e na formação espiritual, religiosa e humana. Assim, estas famílias poderão ser verdadeiras testemunhas cristãs nas suas aldeias, orientar a comunidade cristã, ser formadoras de agentes de pastoral nas suas paróquias.
Com o envio apostólico no fim do curso que recebem das mãos do Bispo e com a ajuda do Espírito Santo, cada família parte disposta a partilhar com os seus irmãos a rica experiência religiosa e humana que viveram durante o ano de formação no Centro Catequético do Guiúa.
gem_icons
A Paróquia de Santa Isabel do Guiúa encontra-se geminada com a Paróquia de Cristo Rei da Portela em Portugal.

A proposta de geminação entre as duas paróquias foi feita à equipa missionária da
Paróquia do Guiúa, por intermédio dos missionários da Consolata a pedido do pároco da
Portela, no dia 27 de Março de 2008. A geminação foi agendada para a última semana
de Maio, por ocasião da Semana de Animação Missionária a realizar na Paróquia de
Cristo Rei.

Para saber mais da geminação clique no LINK.