Quem são os catequistas mártires do Guiúa?

São 23 moçambicanos, homens, mulheres e crianças, que foram mortos quando se encontravam no Centro Catequético do Guiúa, na Diocese de Inhambane, para participarem num curso de formação de longa duração para famílias de catequistas.

Foi no dia 22 de Março de 1992 que foram mortos. Decorriam os últimos meses de uma guerra fratricida que devastava Moçambique. Esboçavam-se os primeiros sinais da vontade de reconciliação nacional. O país tentava emergir de um longo período de conflito, de trevas e provações. Confiante de que as conversações em curso em Roma para alcançar a paz iriam pôr fim à guerra, a diocese de Inhambane decidiu reabrir o Centro Catequético do Guiúa para a formação de famílias de catequistas.

Fátima Valente nasceu em Makwene, Distrito de Funhalouro, em 10 de Dezembro de 1970

Era de constituição fraca e muito sensível. Cresceu junto com os seus pais, que lhe foram transmitindo os valores humanos, o amor ao trabalho e as virtudes familiares, que a jovem Fátima soube viver no dia-a-dia. Na Escola Primária de Funhalouro aprendeu a ler e a escrever, frequentado a escola até à 3ª classe elementar, com bom aproveitamento.
Foi baptizada aos 19 anos na Paróquia de Funhalouro, no dia 27 de Maio de 1989. No mesmo dia, contraiu matrimónio com Carlos Mukuanane. Em 1991, frequentou com o marido o curso de catequistas de 90 dias na Paróquia da Massinga. Era uma família empenhada na evangelização. Visitava comunidades, dava catequese, ensinava cânticos e animava a liturgia. Em 1992 foi escolhida, juntamente com o marido, para frequentar o curso anual de formação de catequistas, no Guiúa.
Fátima morreu no local do martírio, em 22 de Março de 1992, morta à baioneta.